quinta-feira, 14 de abril de 2011

Violência doméstica: infância e adolescência

Violência doméstica: infância e adolescência
( GONÇALVES, Hebe Signorini et al. Temas de psicologia jurídica. 4ª edição. Relume Dumará. 2005. RAMOS, Graciliano. Infância. 17a ed. Rio, S. Paulo, 1981)

Resenhado por Eduardo Henrique Salustiano e Thayne de Oliveira Lessa, acadêmicos do curso de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas.

A violência doméstica caracteriza-se pelo abuso físico, psicológico, sexual cometidos no âmbito familiar por indivíduos com algum parentesco. “A violência doméstica impera sobre a humanidade desde sempre.” (GONÇALVES. 2005. Pag.135). A globalização permite uma relação mais próxima entre os mais diferentes lugares do mundo, interligando culturas, economias, políticas, em tempo real. Há quem diga que a violência doméstica sofreu um grande aumento no séc. XXI, e há quem diga que o índice é o mesmo, a divulgação é que aumentou. O fato é que as contestações das culturas fazem parte desse índice. Até que ponto um costume, um hábito, um ritual pode ser considerado um ato violento?
Uma prática cultural pode não causar traumas para uma criança, uma vez que ela nasce no contexto com costumes milenar. Um indivíduo que se reconhece na cultura em que está inserido, sente-se no dever de perpetuar os costumes. “(...) representa um reconhecimento da própria existência como sujeito, e abre-lhes o acesso a um conjunto de bens e favores antes inatingíveis.” (GONÇALVES. 2005. Pag. 137). Uma prática feita durante vários anos da cultura grega é eliminar crianças com deficiência física, acreditando que elas enfraqueceriam a sociedade, ato que alguns consideram bárbaro. “O infanticídio grego e o espancamento de Mary Ellen não compartilham o mesmo sentido.” (GONÇALVES. 2005. Pag. 137), logo um estupro, maus tratos, espancamentos contra crianças brasileiras, por exemplo, não participam do mesmo contexto da circuncisão do Cairo.
O descontrole, a insatisfação pessoal, péssimas condições de vida, problemas mentais, uso de drogas são motivos que ocasionam violência doméstica, mas o principal, sem duvida, é proveniente de uma cultura ignorante que erroneamente tenta educar ou reparar algum erro de conduta da criança, só que este papel ‘preventivo’ também pode ser uma vingança inconsciente, ou uma conduta que por parte do pai ache normal, já que geralmente foram criados assim, o que pode gerar um ciclo vicioso, uma vez que as vítimas podem assumir o papel de agressoras. No Brasil, a conscientização sobre a violência contra o jovem e o adolescente no ambiente familiar é recente. Está enraizado em nossa cultura que a violência física é um forma de educar, impondo ordem e obediência. Na tentativa de sanar essa prática, no ano de 2010 foi aprovado um projeto de lei no Brasil onde proíbe as crianças de serem submetidas à punição corporal como palmadas, beliscões e castigos de qualquer que seja o membro da família ou da sociedade. A polêmica sobre o assunto é vasta e divide opiniões, alguns consideram que o governo está interferindo na forma de educação de cada família e que uma simples palmada não é um ato violento. Acerca disso, encontramos no esporte, na música, na literatura verdadeiros desabafos de quem já sofreu algum ato de violência, essas expressões nem sempre são apresentadas de forma positiva, por exemplo, um indivíduo pode praticar o boxe para vingar o seu sofrimento. A música, de composição de Carlos Eduardo Tadeu, Um Gole de Veneno do grupo de rap Facção Central conta a história de uma criança que sempre era violentada por seu pai,
“(...) foi na época de escola que ele mais me batia / sol forte, eu de manga comprida escondendo as feridas / até que um dia por mais que fosse constrangedor / mostrei os machucados pro professor / na esperança que alguém me livrasse do purgatório / que o juiz tomasse a guarda e eu fosse pro reformatório / reunião dos pais expectativa não pegou nada / xaveco blah blah blah, abraçaram as lágrimas falsas / não esperei a próxima surra, fugi de casa / queria uma noite sem caco de vidro, louça quebrada / mas me senti covarde, deixei minha mãe sozinha / abri precedente pra ela ser queimada viva / fugiu um menino inofensivo, voltou um homem agressivo / convicto por um duelo e só um saia vivo. (...)”.

O exemplo dado pelo pai e o sofrimento transformou a vítima em agressora. A criança ou jovem infrator quase sempre é condenado pela sociedade, sem que esteja sendo avaliado o modelo de educação e as condições de vida que lhes foram impostas.
O livro Infância de Graciliano Ramos é um retrato autobiográfico, onde ele relata com profunda descrição seus medos e desejos de criança, caracterizando-se como um ser oprimido e humilhado. “Foi o medo que me orientou nos meus primeiros anos, pavor.” (RAMOS. 1981. Pag.13) , isso porque ainda quando garoto, apanhava e sofria castigos físicos e psicológicos constantes de seus pais. O autor expressa fatos pessoais de caráter social; a violência que Graciliano sofreu milhares de crianças ainda sofre. O livro é dividido em capítulos, e em cada capitulo o personagem sofre algum tipo de violência. Um cinturão merece atenção especial, nele a criança encontra-se como réu e vítima ao mesmo tempo, incapaz de se defender das acusações do pai sobre o paradeiro do seu sinto. Por achar que Graciliano o havia escondido, o pai espanca-o. Fica evidente em sua fala que as surras dantes recebidas não haviam sido tão agressivas, após um tempo a dor passava, mas ser acusado e punido injustamente causara-lhe profunda dor. “Onde estava o cinturão? Impossível responder (…) tão apavorado me achava. Situações deste gênero constituíram as maiores torturas da minha infância, e as conseqüências delas me acompanharam.” (RAMOS. 1981. Pag. 32)
Diferente da criança da música Um gole de veneno, Graciliano Ramos encontra a literatura como sua válvula de escape. Mesmo a agressão não física causa traumas para a criança, que são imensos e quase irreparáveis, interfere na formação de seu caráter. Qualquer tipo de violência causa dano psicológico como: isolamento social e emocional; dificuldades de relacionar com outras pessoas, por parte da fala e linguagem; ausência de contato visual; e o principal que é o medo em relação ao estranho, em especial os seus agressores. Desde a negligência a super-proteção prejudicam a criança na sua relação social, cada uma se manifesta e se mostra exteriormente de uma forma, mas todas elas causam danos crônicos no indivíduo, seja forte ou quase imperceptível, mas que sempre desencadeiam num mau funcionamento da instituição familiar.


Essa é a minha primeira resenha critica, gostei bastante do resultado ^^
Espero que ajude alguém. =*

quinta-feira, 7 de abril de 2011

0.8


Oito meses né?!
Mô você não tem noção, alias acho que tem sim, do quanto eu gosto de você, é até meio clichê dizer isso, pelo tanto de vezes que eu disse, pelo tanto de vezes que todos dizem, mas você encontra a verdade ao olhar pra mim. Eu ja te disse o quanto você me realiza? Que você é o que eu sempre quis? Então, éé.
Desculpas e obrigada por tudo que você sabe.
Um beijo, um abraço.
Um eu te amo.
Um A.V.B

"Reza a lenda que a gente nasceu pra ser feliz."