sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ê vó, da saudade


Ai que saudade daquele gostinho de arroz de leite grudado no fundo da panela. Daquele flau vermelho que oras era flau e oras era suco.
Ai que saudade de brincar no "terreiro" que a senhora acabara de limpar. - " Vó, posso ficar com o troco do pão?"
De quando íamos a missa juntas.
De quando eu corria pra não apanhar e você dizia: " Ô Vera, num bata na bixinha não."
Ai que saudade de como você cuidava de mim e de como eu cuidava de você.
De como você fazia bolinho de feijão e me dava, de quando eu fazia sua papa e lhe dava.
De quando, eu ainda bêbe, você trocava minhas fraldas, e a senhora, já bem adulta, eu levava ao banheiro.

É uma pena, Vó, que eu não possa mais cuidar da senhora, mas eu sei que você ainda cuida de mim.

- A bença, Vó!

Nenhum comentário:

Postar um comentário